Um imigrante brasileiro morreu espancado em frente a um bar na região leste de Lisboa. Jefferson Terra Pinto, 33, foi agredido em frente a um bar na madrugada de domingo (24). O crime aconteceu na Rua da Pimenta, conhecida pela diversidade de bares e restaurantes, no Parque das Nações.
Testemunhas ouvidas pela CMTV, emissora de TV local do jornal Correio da Manhã, disseram que as agressões começaram na madrugada de domingo, após uma discussão entre dois homens, visivelmente embriagados. Um deles teria tentado esmurrar o outro, que caiu e bateu com a cabeça no chão. Nesse momento, o agressor teria começado a desferir-lhe chutes na cabeça, até que a vítima parou de se mexer.
A polícia local foi chamada por volta das 5h30 e o suspeito das agressões foi detido. A polícia judiciária de Lisboa assumiu as investigações, por se tratar de um crime de homicídio.
Jefferson chegou a ser socorrido, mas morreu no Hospital de São José, na capital portuguesa. O suspeito foi preso em flagrante.
Ambos os envolvidos, segundo apurou a CMTV, eram estrangeiros. Comerciantes do local garantiram que eles estavam de passagem pela rua e não seriam clientes de seus estabelecimentos.
A família de Jefferson tenta trazer o corpo dele para ser sepultado no Brasil. Uma vaquinha online foi criada para arrecadar dinheiro e pagar o translado. O serviço custa 4500 euros, equivalente a quase R$ 25 mil. Ele deixa esposa e um filho de 1 ano e 5 meses, que também precisam voltar ao Brasil. Até o momento, R$ 7,2 mil foram arrecadados.
“Oi gente, infelizmente nosso grande amigo e irmão foi assassinado bem longe de nós, sem chance de defesa e sozinho em outro país (Portugal) onde ele foi buscar seu sonho, teve a vida tirada pela violência e repentinamente deixou sua família (filho, mãe e esposa) e amigos com uma dor de saudade enorme e nós precisamos da ajuda de vocês para trazer o corpo dele no translado para executar o sepultamento aqui no Brasil com a mãe dele presente, família e amigos darem o último adeus”, diz o texto da vaquinha.
Nascido no Rio de Janeiro, Jefferson cresceu convivendo com as comunidades da Cidade de Deus. Em depoimento ao site “Voz das Comunidades”, a irmã da vítima, Geane Terra, contou que ele havia se mudado para Portugal em outubro do ano passado, com o objetivo de melhorar de vida.
Em fevereiro, a esposa e o filho da vítima foram ao encontro dele; ambos trabalhavam e já estavam com os documentos legalizados, de acordo com a mulher.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Lisboa, informou que permanece à disposição para “prestar a assistência cabível aos familiares do nacional brasileiro, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local”.
Questionado a respeito de alguns detalhes sobre a morte do brasileiro, o Itamaraty informou que “por observância ao direito à privacidade e ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização dos familiares diretos. Assim, o MRE (Ministério das Relações Exteriores) não poderá fornecer dados específicos sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros”.
Fonte: UOL