Fernando Collor, ex-presidente do Brasil (1990-1992), foi preso na madrugada desta sexta-feira (25/04) em Maceió, Alagoas, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitar recursos contra sua condenação a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. A detenção ocorreu quando Collor se preparava para embarcar para Brasília, onde planejava se apresentar voluntariamente à Justiça 1812.

Detalhes da Prisão e Contexto Legal
A prisão foi executada pela Polícia Federal (PF) às 4h, no aeroporto de Maceió. Collor foi levado para a Superintendência da PF local, onde aguarda transferência após decisão do plenário do STF, que analisa a validade da ordem de Moraes em sessão virtual até as 23h59 desta sexta 111. O ministro classificou os recursos da defesa como “meramente protelatórios”, mantendo a condenação de 2023, que envolve o recebimento de R$ 20 milhões em propinas para favorecer contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia entre 2010 e 2014 212.
A Condenação na Lava Jato
O caso, desdobramento da Operação Lava Jato, teve origem em denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2015. Collor, então senador por Alagoas, foi acusado de intermediar indicações políticas na BR Distribuidora em troca de vantagens. Dois empresários, Pedro Paulo Bergamaschi e Luis Pereira Duarte, também foram condenados, com penas entre 4 anos e 1 mês de prisão 18.
A defesa tentou reduzir a pena alegando discordância no plenário do STF: ministros como Dias Toffoli e Gilmar Mendes defenderam a diminuição para 4 anos, mas Moraes manteve a sentença original, destacando “provas robustas” do MPF 211.
Repercussão e Histórico Político
Collor é o terceiro ex-presidente preso desde a redemocratização, após Lula (em 2018, posteriormente solto) e Michel Temer (detido preventivamente em 2019). Sua trajetória política, marcada pelo impeachment em 1992 após escândalos com PC Farias e pelo polêmico Plano Collor (confisco da poupança), ganha novo capítulo com a prisão 811.
A defesa do ex-presidente reagiu com “surpresa”, afirmando que Collor pretendia cumprir a decisão “espontaneamente” e contestando a ausência de análise sobre prescrição de crimes 1112.
A prisão de Collor simboliza um marco na aplicação da Justiça contra figuras de alto escalão, mas também reacende debates sobre a seletividade do sistema penal e a politização de casos históricos. Enquanto o STF define os próximos passos, o episódio reforça a complexidade entre legalidade e legado político. Como observou um analista, “o confisco de 1992 deixou marcas na economia; o de 2025, na história da Justiça brasileira” 18.
O desfecho dependerá do plenário do STF, que pode confirmar ou revogar a decisão de Moraes, mas, por ora, Collor enfrenta a concretização de uma pena que encerra décadas de influência na política nacional.