Em coletiva nesta quinta-feira, o presidente da entidade, Ricardo Fonseca, anunciou que os cortes podem afetar o pagamento de despesas básicas, de bolsas de subsídios aos estudantes, desenvolvimento de pesquisas e demissão de terceirizados.
Com o mais novo contingenciamento no Ministério da Educação anunciado pelo governo nesta quarta-feira (5/10), o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), reitor Ricardo Fonseca, afirmou, em coletiva de imprensa, que as consequências serão diversas. “Tinham universidades que já estavam em colapso orçamentário e, depois desse bloqueio, todo o sistema será afetado. Projetos que atingem a população, como o desenvolvimento de vacinas, pesquisa e extensão serão afetados. Bolsas de subsídio aos estudantes e despesas mais básicas não poderão ser pagas. Trabalhadores terceirizados podem ser demitidos”, disse Fonseca.
Além do impacto na assistência estudantil, o presidente reforçou que toda a sociedade sentirá o impacto do bloqueio. “Muitas pessoas ficarão em estado de vulnerabilidade porque dependem de serviços prestados pelas universidades, como alimentação e atendimento em hospitais universitários”, destacou. Fonseca ponderou que o bloqueio de verba no fim do ano, em outubro, é sem precedentes. “O que nós temos é uma perspectiva de retorno dessa verba em dezembro. E isso é pouco, isso nos assombra. A incerteza da recuperação desse orçamento em janeiro torna o cenário ainda mais caótico”, apontou. “Ainda que esses recursos retornem em janeiro, isso não desfaz o fato que durante esses meses as universidades enfrentarão dificuldades tremendas para honrar os compromissos que haviam sido feitos.”
Com o perigo imediato de interrupção de atividades e de pagamento aos trabalhadores terceirizados, o presidente reforçou que a associação tem tentado diálogo com o Ministério da Educação para sensibilizar e expor a situação de inviabilização das universidades. “Os reitores estão pedindo socorro. O orçamento discricionário das universidades vem caindo desde 2016. Quando isso acontece, no fim do ano, quando estamos no final da execução orçamentária, isso causa um caos, porque precisamos desfazer compromissos que as universidades tinham feito para pagamentos com fornecedores. Isso pode causar, inclusive, complicações do ponto de vista jurídico”, disse.
Fonte: Correio Braziliense