Em entrevista neste domingo (20), Lucilene Florêncio falou do trabalho para reforçar os níveis de atenção do SUS e para o recadastramento da população, estratégia para tornar mais efetivas as ações da pasta.
Em entrevista para a Rádio Atividade, neste domingo (20), a secretária de Saúde do Distrito Federal, Lucilene Florêncio, fez um balanço sobre a atuação do órgão junto à população e afirmou que a área segue como prioridade zero no Governo do Distrito Federal (GDF). Ela destacou os investimentos na construção e na reforma de unidades de saúde, o reforço de profissionais e a abertura de novos concursos.
A secretária destacou um pacto de gestão com a bancada de parlamentares do DF para a destinação de verba suplementar para a realização de mais cirurgias. Ainda no primeiro semestre, foram anunciadas as construções de três unidades hospitalares em áreas estratégicas da cidade, unidades de pronto atendimento (UPAs) e 15 unidades básicas de saúde (UBSs), que estão no planejamento para entrega.
“Estamos trabalhando para renovar os materiais, entre eles estão também aparelhos de raio-x portáteis. Tem ainda a área de cirurgias ortopédicas, que está sendo contemplada em contrato que permite a utilização de materiais apenas conforme a demanda evitando desperdício”Lucilene Florêncio, secretária de Saúde
Lucilene ressaltou que a prioridade é ampliar a estrutura física com profissionais concursados e, se necessário for, como está sendo no caso dos anestesistas, a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) buscará soluções junto ao Conselho de Saúde e órgãos de controle para a melhor gestão em casos específicos.
A SES-DF teve uma grande vitória junto à unidade deliberativa em que autorizou o edital de credenciamento para compor o quadro de anestesistas do órgão. Ano após ano, os concursos realizados tinham o preenchimento abaixo da necessidade. A secretária ainda destacou os recursos destinados à compra de novos equipamentos na ordem de R$ 64 milhões, só na área de anestesia.
“Estamos renovando o nosso parque tecnológico porque era um dos motivos que não havia interesse dos profissionais de virem pra rede exatamente porque há materiais antigos. Então, estamos trabalhando para renovar os materiais, entre eles estão também aparelhos de raio-x portáteis. Tem ainda a área de cirurgias ortopédicas, que está sendo contemplada em contrato que permite a utilização de materiais apenas conforme a demanda, evitando desperdício”, ressaltou.
Na área de ortopedia, em que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem uma grande demanda de forma nacional, ela destacou a construção de novas unidades e o Hospital Clínico Ortopédico do Guará, com valor estimado de R$ 204 milhões e espaço de 70 mil m². O local terá 160 leitos, centro cirúrgico, laboratório de apoio, diagnóstico por imagem e ambulatório. A unidade hospitalar atenderá a região centro-sul da cidade, como Candangolândia, Estrutural, Guará, Park Way, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo e Riacho Fundo II, SIA e SCIA, ampliando a oferta de atendimento especializado.
Na área do câncer, o DF conseguiu diminuir a espera de mais de 700 pessoas para uma demanda reprimida de menos de 200 pacientes, com o tempo de 30 dias de chamamento para diagnóstico e início do tratamento
Cirurgias
Com uma demanda reprimida e ainda, devido à pandemia pela covid-19, a fila do DF chegou a mais de 27 mil pacientes. Desde 2022, quando as unidades de saúde começaram a ser desmobilizadas para voltar ao atendimento normal, a Saúde iniciou força-tarefa nos principais hospitais da rede e, em continuidade a essa ação, em 2023, atuou para incluir a rede complementar por meio de editais de credenciamento. Atualmente, mais de 35 mil cirurgias já foram realizadas na rede pública e mais sete mil estão acontecendo na rede complementar.
O objetivo maior é diminuir o tempo de espera, considerando que a demanda é recorrente, com a inclusão de novos casos diários. O investimento até o momento é de R$ 24 milhões. Além disso, o DF está participando do Programa Nacional de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas promovido pelo Ministério da Saúde. As unidades têm trabalhado nessa estratégia de cooperação otimizando recursos materiais e humanos.
Questionada sobre a situação das filas para catarata, Lucilene destacou as quatro clínicas que se candidataram e já foram habilitadas para atender os pacientes que são do complexo regulador. “Atendemos no Hospital Regional de Taguatinga e agora teremos uma força a mais das clínicas, somando-se a isso temos 1,1 mil vagas com mais o credenciamento de duas clínicas para catarata, glaucoma e estrabismo”, assegurou.
Atendimento de casos de câncer
Foi anunciado também o projeto-piloto de um novo painel de espera nas UPAs para acompanhamento online do cidadão. Em estudo, a gestão observou que algumas unidades são mais procuradas que outras. Com o dispositivo, a população acompanhará em tempo real a ocupação das unidades, podendo escolher a que tem o menor tempo de espera
Na área do câncer, o DF conseguiu diminuir a espera de mais de 700 pessoas para uma demanda reprimida de menos de 200 pacientes, com o tempo de 30 dias de chamamento para diagnóstico e início do tratamento buscando atender as normativas oficiais. O trabalho foi possível graças à reorganização dos fluxos e recebimento de recursos. Os profissionais foram destacados para o Hospital de Taguatinga com a ampliação do número de ambulatórios e recuperação da estrutura e também para o Centro de Radioterapia de Taguatinga. De oito leitos, a unidade de oncologia passará a ter 18 no local.
Com alta complexidade dos casos, no Hospital de Base do Distrito Federal foram ampliados horários de atendimento, carga horária dos profissionais existentes e ainda houve novas contratações. Segundo o diretor do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), Juracy Cavalcante, que acompanhou a secretária na entrevista, em poucos meses, houve uma diferença significativa na fila.
“Nós começamos as consultas aos sábado, ampliamos os turnos de atendimento, com isso tivemos a redução na espera e mais integração das equipes. Estamos esperando a entrega de materiais ainda, devido ao furto ocorrido na unidade. Foi necessária a compra de novos equipamentos pra gente conseguir dar mais celeridade nessa fila”, destacou.
Atenção primária e RecadastraSUS
Na atenção primária, o foco além da questão estrutural, é ampliar as equipes da Estratégia Saúde da Família. O DF possui 68,9% de área coberta e o governo trabalha para cobrir as áreas que estão mais vulneráveis. Atualmente, são 622 equipes que atuam em atendimentos do dia a dia e até avaliação de casos urgentes. Foram construídas 10 UBSs nos últimos quatro anos, com capacidade para atender até 184 mil pessoas por mês, e mais de 800 profissionais contratados. Ao todo foram investidos mais de R$ 31 milhões em construções e reformas. Ainda está em andamento um concurso para a contratação de agente comunitário de saúde com 500 vagas.
A secretária de Saúde convocou a população para a campanha nacional de vacinação que será lançada no próximo sábado (26), às 9h, no Zoológico de Brasília
Vacinação
Já na área de vacinação, as ações extramuros tem trazido um grande diferencial para o DF alcançar as metas do Ministério da Saúde para a cobertura vacinal. Inicialmente, o foco era a vacina contra covid-19. De forma gradativa, foram incluídos a de influenza e outros tipos que compõem o calendário vacinal em todas as faixas etárias. Atualmente, a SES-DF já aplicou mais de 2 milhões de doses de vacinas. A pasta contou ainda com as parcerias de instituições públicas e privadas, incluindo órgãos internacionais como a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
A secretária de Saúde convocou a população para a campanha nacional que será lançada no próximo sábado (26), às 9h, no Zoológico de Brasília. “Já tivemos mais de uma ação em parceria com o local, e tem sido incrível. O Dia D acontecerá em vários locais e toda a equipe da Saúde estará mobilizada nas regiões de saúde, as nossas 124 salas de vacina estarão vacinando a todos porque seguimos no compromisso de aumentar a nossa cobertura vacinal para todas as vacinas”, ressaltou.
Haverá a isenção da entrada com a apresentação do cartão de vacinação. Após o Dia D, o DF seguirá com a campanha de multivacinação para crianças e adolescentes nas salas de vacina das unidades básicas de saúde e nas ações extramuros.
Sobre a administração do IgesDF nas unidades do Hospital de Santa Maria, Hospital de Base e unidades de pronto atendimento (UPAs) do DF, o instituto teve o aporte de R$ 13 milhões para renovação do parque tecnológico, com destaque para a entrega de um novo angiógrafo para hemodinâmica, um aparelho de tomografia, e ainda o recebimento de aparelho para ressonância magnética. As unidades terão novas camas hospitalares e diversos equipamentos menores que corroboram para a entrega dos serviços.
Foi anunciado também o projeto-piloto de um novo painel de espera nas UPAs para acompanhamento online do cidadão. Em estudo, a gestão observou que algumas unidades são mais procuradas que outras. Com o dispositivo, a população acompanhará em tempo real a ocupação das unidades, podendo escolher a que tem o menor tempo de espera.
“Este é um projeto que busca trazer mais tranquilidade para a população. Nós iniciamos esta semana na UPA de Ceilândia, então no local tem um painel disponível para a população. Ela consegue verificar tempo de espera. Já em casa, a população vai conseguir ver o tempo de espera pelo celular e optar pela UPA mais próxima da casa dele com menor tempo de atendimento”, declarou Juracy.
As próximas unidades deverão ser construídas na Estrutural e outra no Guará. Com essas duas estruturas, o governo atingirá a marca de nove UPAs construídas. Juntas, vão somar aproximadamente 40,5 mil atendimentos por mês.
Fonte: Agência Brasília