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Nas eleições legislativas realizadas em 11 de março de 2025, a Groenlândia testemunhou uma mudança política significativa com a vitória do partido de centro-direita Demokraatit, que obteve 29,9% dos votos, triplicando sua representação parlamentar em relação às eleições anteriores. O partido Naleraq, que defende uma independência mais rápida da Dinamarca, ficou em segundo lugar com 24,5% dos votos. Os partidos da coalizão governista anterior, Inuit Ataqatigiit (IA) e Siumut, sofreram perdas substanciais, caindo para 21,4% e 14,7% dos votos, respectivamente.
Contexto geopolítico e influência dos EUA
A eleição ocorreu sob a sombra das declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que manifestou interesse em adquirir a Groenlândia, chegando a sugerir ações mais assertivas para esse fim. Essas declarações geraram reações negativas entre os groenlandeses e influenciaram o debate eleitoral, com partidos reforçando a importância da autodeterminação e da cautela nas relações internacionais.
Desafios econômicos e perspectivas de independência
A Groenlândia, rica em recursos minerais estratégicos, enfrenta o desafio de equilibrar o desejo de independência com sua dependência econômica da Dinamarca, que atualmente subsidia cerca de 20% do orçamento groenlandês. O partido Demokraatit defende uma abordagem gradual rumo à independência, priorizando o desenvolvimento econômico sustentável e a diversificação das parcerias internacionais, enquanto o Naleraq propõe uma separação mais imediata, buscando acordos diretos com países como os Estados Unidos para investimentos e segurança.
Próximos passos e formação do governo
Com nenhum partido alcançando a maioria absoluta no Parlamento de 31 assentos, serão necessárias negociações para a formação de uma coalizão governamental. O líder do Demokraatit, Jens-Frederik Nielsen, expressou surpresa e satisfação com os resultados, indicando disposição para dialogar com outras forças políticas. A formação do novo governo será crucial para definir a trajetória da Groenlândia em relação à sua autonomia e às relações com potências estrangeiras interessadas em sua posição estratégica e recursos naturais.
