Operação da PF Desarticula Esquema Bilionário de Caixa Dois e Fraudes Eleitorais no RJ e MG

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (16/04) uma operação para desmantelar uma organização criminosa acusada de desviar R$ 3,5 bilhões dos cofres públicos por meio de caixa dois, fraudes em licitações e lavagem de dinheiro. Batizada de Teatro Invisível II, a ação atingiu prefeitos, empresários e candidatos políticos em municípios do Rio de Janeiro e Minas Gerais, expondo um esquema que influenciou eleições desde 2016.


A operação cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em cidades como Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba, Rio de Janeiro e Juiz de Fora (MG), além de bloquear R$ 3,5 bilhões em contas bancárias e suspender atividades de oito empresas suspeitas 211. Entre os alvos estão os prefeitos Rubem Vieira de Souza (Itaguaí)Sérgio Luiz Costa Azevedo Filho (Cabo Frio) e Valdecir Dias da Silva (candidato em São João de Meriti), acusados de usar recursos não declarados para financiar campanhas em 2024.

Estrutura do Esquema

  • Fraudes Eleitorais: O grupo contratava pessoas para disseminar fake news em locais públicos, como pontos de ônibus e mercados, pagando até R2milmensaisporpropagador.CoordenadoresrecebiamR2milmensaisporpropagador.CoordenadoresrecebiamR 5 mil e eram exonerados de cargos públicos em anos eleitorais para evitar rastreamento 214.
  • Fraudes em Licitações: Empresas ligadas aos investigados fraudavam processos licitatórios em quatro municípios fluminenses, garantindo contratos públicos de forma ilegal 811.
  • Lavagem de Dinheiro: O esquema usava contas de passagem, movimentações em espécie e aquisição de bens de luxo para ocultar recursos ilícitos.

A PF também identificou a destruição de provas digitais para obstruir investigações, prática descoberta após análise de material apreendido na primeira fase da operação, em setembro de 2024.

Contexto Histórico e Repercussões
O caso é um desdobramento da Operação Teatro Invisível, que em 2024 prendeu integrantes de um grupo que usava atores em teatros de rua para difamar candidatos. Gravações revelaram ensaios com frases como “Gastaram milhões naquela ponte. Para quê? E nossas crianças?” para manipular eleitores 514. A organização, descrita como “sofisticada e lucrativa”, teria influenciado ao menos três eleições municipais desde 2016.

A operação expõe a complexidade de esquemas que corroem a democracia e a gestão pública. Enquanto a PF busca responsabilizar os envolvidos — que podem enfrentar até 27 anos de prisão —, o caso reforça a urgência de mecanismos de transparência eleitoral e controle de licitações. A suspensão das empresas e o bloqueio bilionário são passos significativos, mas, como destacou um investigador, “o desafio é evitar que novas estruturas surjam nas brechas do sistema”.

As prefeituras de Cabo Frio e Itaguaí afirmaram, por meio de notas, que aguardam “informações concretas” para se posicionar, enquanto a sociedade aguarda respostas sobre o destino dos recursos desviados 

About Danillo Luiz

Fotógrafo, Cineasta e Repórter.

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