‘O envelhecimento não é uma condição anormal, porque ocorre com todos’, diz Nobel de química

O biólogo Venki Ramakrishnan afirma que o maior interesse dos defensores dessa tese é ter permissão para realizar ensaios clínicos com novas drogas.

“Não acredito que possamos expandir indefinidamente a existência do ser humano. O limite de 120 anos não tem sido ultrapassado. Apesar de o número de centenários ter crescido, o mesmo não acontece com o de supercentenários, acima dos 105. O importante é se manter saudável, independente e produtivo. Devemos nos preocupar, sim, com a desigualdade. No Reino Unido, os 10% mais ricos vivem 15 anos a mais que os desfavorecidos. Em Nova York, pode haver uma diferença de até 35 anos dependendo da região onde se vive”, diz.

“O envelhecimento não é uma condição anormal, porque ocorre com todos – é um continuum que integra o ciclo da vida. Os adeptos dessa abordagem embasam seu discurso afirmando que as principais enfermidades, como câncer, doença coronariana, acidente vascular cerebral (derrame) e demência, estão relacionadas à idade. Na verdade, seu maior interesse é realizar ensaios clínicos com novas drogas, o que só ocorre se uma determinada condição é considerada uma doença – daí o esforço para enquadrar a velhice como tal – mas esse não é o entendimento da Organização Mundial da Saúde e do FDA (o equivalente norte-americano à Anvisa). As pessoas podem envelhecer e não ter câncer ou demência”.

Transfusões de sangue: estudos com roedores indicam que o animal mais velho rejuvenesce ao receber o sangue do mais jovem, mas, apesar de promissora, enfatiza que a pesquisa tem que identificar que componentes devem ser utilizados, e não apenas fazer transfusões. “Terapias muito especializadas não são escaláveis e sua implementação provavelmente se transformará num retrato das disparidades sociais”, critica.

Dieta de restrição calórica: “realmente os animais submetidos ao consumo mínimo necessário para sua sobrevivência vivem mais, mas também sentem fome o tempo todo, são mais sensíveis ao frio e perdem a libido. Não é um piquenique”, resume.

Criopreservação: Ramakrishnan não “compra” a promessa de conservar um ser humano em temperaturas incrivelmente baixas para ser reanimado no futuro. “Nunca se resgatou um mísero camundongo que tivesse sido submetido à criogenia. Somente quando conseguirem eu vou parar para ouvir”, sintetiza. 

FONTE: G1

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