Israel reiniciou operações militares na Faixa de Gaza nesta terça-feira (18), após o Hamas recusar duas propostas de mediação apresentadas pelo enviado dos Estados Unidos, Steve Witkoff. O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que, diante da negativa do grupo palestino, o país decidiu agir com “força total” contra o Hamas.

Os ataques aéreos israelenses resultaram em mais de 400 mortes e 500 feridos, incluindo civis. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu justificou a ofensiva como uma medida para pressionar o Hamas a libertar reféns, embora essa ação possa colocar em risco a segurança dos mesmos e aumentar o número de vítimas civis.
O porta-voz do Hamas, Abdul Latif Al-Qanou, declarou que o grupo estava comprometido com a trégua estabelecida em janeiro e disposto a avançar para a segunda fase do acordo, que incluiria a retirada total das tropas israelenses de Gaza e a libertação de todos os reféns vivos. No entanto, Israel pressionou por uma extensão da primeira fase, sem se comprometer com o fim do conflito ou a retirada das tropas.
A comunidade internacional reagiu com preocupação à escalada do conflito. A ONU e a Cruz Vermelha denunciaram os ataques, classificando-os como “inferno na terra”, e alertaram sobre a sobrecarga dos hospitais em Gaza. Países como Austrália, China e Bélgica condenaram as ações militares, enquanto a Comissão Europeia, França e Alemanha mantiveram silêncio. O Irã criticou a passividade europeia durante uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
O governo dos Estados Unidos, informado previamente sobre a ofensiva, expressou apoio às ações de Israel, enfatizando que a recusa do Hamas em libertar os reféns ou estender o cessar-fogo provocou os ataques.
A retomada das hostilidades ocorre após um período de dois meses de cessar-fogo, mediado pela administração Biden com apoio do governo Trump. O conflito anterior resultou em extensas baixas ao longo de 14 meses. A escalada atual ameaça agravar ainda mais a crise humanitária na região e comprometer os esforços de paz no Oriente Médio.