No Reino Unido, o botânico Daniel Emlyn Jones viralizou por cultivar na sala de sua casa uma das espécies de plantas mais perigosas do mundo: a Dendrocnide moroides, também conhecida gympie-gympie ou gympie-ferrão. O cultivo é bastante perigoso e as sementes foram compradas — não se sabe se de forma legal ou não — pela internet.
Para evitar que pessoas desavisadas toquem na planta realmente perigosa, Jones cultiva quatro mudas dentro de uma gaiola, com um aviso de perigo. Se precisa tocar nos vegetais, ele usa uma grossa luva, já que o simples toque nas folhas aveludadas da planta pode provocar dores intensas.
Na natureza, a gympie-gympie é encontrada no leste da Austrália e na Malásia. A fama de ser uma das plantas mais perigosas do mundo começou nos anos 1860, mas antes disso já era temida pelos nativos aborígenes.
Para que cultivar uma das plantas mais perigosas do mundo em casa?
Como botânico, Jones poderia ter inúmeros motivos para cultivar essa planta tão perigosa dentro de casa. Este seria o caso de estudos científicos, mas não. O motivo é realmente banal e até estranho para o nível de exposição que ele se coloca. “Eu apenas pensei que adicionaria um pouco de emoção à minha jardinagem”, explica em entrevista para o jornal Metro UK. “Sempre gostei de plantas, mas estou um pouco entediado com gerânios”, acrescenta.
“Comprei minhas sementes de uma empresa na Austrália, custou algo como sessenta dólares australianos [cerca de 193 reais]. Não foi barato”, afirma. “Você pode obter as sementes na internet, mas tem que ter cuidado para não espalhá-las para fora de uma área restrita, então mantenho [as mudas] em vasos na minha sala”, completa.
Quais os riscos do contato humano com a gympie-gympie?
Mesmo que não seja mortal, o contato desprotegido com a planta é conhecida por provocar uma dor intensa e duradoura. Isso porque a gympie-gympie é recoberta por tricomas. São tipos de pelos finos e pontiagudos, que formam uma penugem, e estão recobertos por uma potente toxina.
“A picada é causada por estes pelos urticantes, que contêm toxina e cobrem densamente as folhas, caules e frutos”, explica a pesquisadora Marina Hurley, da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, em artigo para o site The Conversation. A impressão é que a planta tem uma textura macia e felpuda, convidativa ao toque, mas é exatamente o contrário.
“Mesmo o menor toque em uma folha de D. moroides pode causar dor extrema. Uma dor intensa e ardente é sentida imediatamente, depois se intensifica, atingindo um pico após 20 a 30 minutos”, detalha a pesquisadora. “Os pelos podem permanecer na pele por até seis meses, com picadas recorrentes se a pele for pressionada com força ou lavada com água quente ou fria”, completa sobre a duração do problema.
Fonte: Canal Tech