A Universidade de Harvard enfrenta a possibilidade de perder sua certificação para matricular estudantes internacionais, conforme ameaça do Departamento de Segurança Interna (DHS) dos Estados Unidos. A secretária Kristi Noem exigiu que a instituição forneça, até 30 de abril, registros detalhados sobre supostas “atividades ilegais e violentas” envolvendo alunos estrangeiros. Caso não atenda à demanda, Harvard poderá ser descredenciada do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP), o que impediria a emissão de documentos necessários para a obtenção de vistos estudantis.

A medida faz parte de uma série de ações do governo Trump contra instituições acadêmicas que, segundo a administração, promovem ideologias contrárias aos interesses nacionais. Além da ameaça de descredenciamento, o DHS cancelou duas bolsas federais destinadas a Harvard, totalizando US$ 2,7 milhões. A universidade, que conta com 6.793 estudantes internacionais — representando 27,2% do corpo discente —, afirmou que continuará a cumprir a legislação vigente e a defender seus direitos constitucionais, mantendo sua independência institucional.
A carta do DHS também acusa Harvard de criar um “ambiente de aprendizagem hostil” para estudantes judeus, em meio a protestos pró-Palestina no campus. A universidade, por sua vez, reiterou seu compromisso com a liberdade acadêmica e o direito à manifestação pacífica, destacando que qualquer ação federal contra membros de sua comunidade deve ser baseada em evidências claras e respeitar os direitos constitucionais.