O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está avaliando a possibilidade de abrir negociações com os Estados Unidos para discutir as tarifas impostas ao aço brasileiro. A estratégia segue o caminho adotado pelos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro, que também buscaram acordos com Washington para minimizar impactos à indústria siderúrgica nacional.
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A medida surge em meio a preocupações do setor siderúrgico, que vê na taxação uma ameaça à competitividade do aço brasileiro no mercado internacional. Atualmente, as exportações do Brasil para os EUA enfrentam cotas e tarifas estabelecidas desde 2018, quando o então presidente Donald Trump impôs restrições comerciais sob a justificativa de proteger a indústria americana.
Fontes do governo indicam que a equipe econômica e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) estão analisando as condições para uma reabertura do diálogo com a administração do presidente Joe Biden. A intenção é buscar um alívio tarifário ou até mesmo uma revisão dos termos do acordo vigente, de forma a garantir maior previsibilidade e competitividade para os produtores brasileiros.
Nos governos anteriores, tanto Temer quanto Bolsonaro adotaram posturas pragmáticas ao lidar com os EUA nesse tema. Em 2018, Temer negociou a inclusão do Brasil no regime de cotas para exportação de aço e alumínio. Já Bolsonaro, em 2019, conseguiu evitar novas sanções ao setor por meio de articulações diplomáticas.
Agora, o desafio do governo Lula será encontrar um equilíbrio entre a manutenção de boas relações comerciais com os EUA e a defesa dos interesses da indústria siderúrgica brasileira, que desempenha um papel fundamental na economia nacional. Especialistas avaliam que a negociação pode ser complexa, especialmente diante do atual cenário geopolítico e das prioridades da Casa Branca, mas destacam que um acordo favorável ao Brasil pode representar um impulso significativo para o setor.