Em uma aliança sem precedentes, deputados franceses da esquerda e da extrema direita uniram forças para aprovar uma moção de censura que resultou na destituição do primeiro-ministro Michel Barnier. A votação, realizada nesta quarta-feira (4), obteve 331 votos favoráveis, superando os 288 necessários para a aprovação da medida.

Barnier, nomeado há apenas três meses pelo presidente Emmanuel Macron, enfrentou crescente insatisfação parlamentar, especialmente após tentar aprovar o Orçamento de 2025 sem o devido respaldo legislativo. Essa manobra intensificou as críticas e culminou na união inédita das forças opositoras para sua destituição.
A queda de Barnier marca o governo mais breve da Quinta República Francesa, instaurada em 1958. Agora, o presidente Macron enfrenta o desafio de nomear um novo primeiro-ministro que consiga obter apoio suficiente no Parlamento para estabilizar o cenário político francês.
Essa crise política ocorre em um momento delicado para a França, que lida com questões econômicas e sociais complexas. A aliança entre extremos ideológicos para derrubar o governo ressalta a fragmentação e a polarização presentes no atual panorama político do país.