Em vídeo publicado na CartaCapital em 22 de junho de 2025, especialistas afirmam que, embora o recente bombardeio dos Estados Unidos contra instalações nucleares iranianas intensifique o conflito no Oriente Médio, não está em curso um caminho inevitável para uma guerra global. As declarações baseiam-se em critérios estratégicos e diplomáticos que, segundo eles, limitam a escalada a uma crise regional e não mundial.

🌍 Por que o ataque não desencadeará uma guerra global?
- Ausência de envolvimento direto das superpotências: embora EUA e Israel tenham conduzido ataques, não há indicações de Rússia ou China planejam uma intervenção militar substancial — postura que, segundo analistas, desacelera automaticamente qualquer risco de conflito global .
- Objetivo limitado da ação americana: o ataque teve como alvo exclusivamente o programa nuclear iraniano, não envolveu intenção de derrubar Teerã, não se dirige ao regime clerical, nem contempla ocupação do país.
- Balanço diplomático-fiscal: autoridades russas e chinesas destacam que não farão uso da força para proteger o Irã; por sua vez, aliados europeus — embora respaldando um programa nuclear pacífico — pedem desescalada, mas não cogitam envio de tropas .
🧭 O que pode acontecer em nível regional
- Intensificação limitada dos confrontos entre Israel e Irã, incluindo disparos de mísseis e drones e ações militares localizadas.
- Aumento dos preços globais do petróleo, já que a instabilidade na região eleva prêmios de risco na commodity.
- Ações diplomáticas: União Europeia e ONU devem intensificar negociações para impedir que o conflito cresça, acusando ambas as partes de complicidade na escalada.
🎙️ O que dizem os especialistas
- Kai Enno Lehmann, professor de Relações Internacionais da USP, afirma que “as superpotências não querem uma guerra global”, embora reconheça risco de crise econômica mundial diante de crescente tensão.
- O portal Exame complementa essa análise ao indicar que, por ora, não está clara nenhuma prova de vontade de que potência adversária se mobilize militarmente contra outra — um requisito essencial para desencadear uma guerra global .
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Apesar de o ataque dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas representar uma das maiores escaladas militares no Oriente Médio em anos recentes, especialistas concordam que não foi dado o passo decisivo para uma guerra entre potências globais. Para que isso ocorra, seria necessário envolvimento militar direto e aberto de forças como Rússia, China ou União Europeia — cenário que, atualmente, não está em curso. Restam riscos de agravamento regional, sobretudo no terreno diplomático, econômico e humanitário, mas ainda distante de se transformar no chamado “capítulo da Terceira Guerra Mundial”.