O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou nesta sexta-feira (13 de junho de 2025) em suas redes sociais um pedido formal para anular a delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. A ação ocorre em resposta a uma reportagem da revista Veja que afirma que Cid mentiu sob juramento ao STF sobre o uso de redes sociais durante o processo da “trama golpista”

📱 O que motivou o pedido
- A revista Veja apresentou capturas de tela de mensagens trocadas entre 29 de janeiro e 8 de março de 2024 usando o perfil “@gabrielar702”, que, segundo a reportagem, seria controlado por Cid — período em que o militar estava sob medidas que o proibiam de se comunicar por redes sociais
- Durante seu depoimento na segunda-feira (9), Cid negou ter usado qualquer rede social e afirmou desconhecer o perfil questionado. Quando confrontado por seu advogado, Celso Vilardi, sobre o nome “Gabriela R”, respondeu: “não sei se é minha esposa” — em referência à esposa chamada Gabriela
⚖️ A reação de Bolsonaro
- Em post no X, Bolsonaro classificou a investigação como “uma farsa fabricada em cima de mentiras” e argumentou que se trata de “uma caça às bruxas contra mim e contra milhões de brasileiros”
- Ele defendeu a anulação do acordo de delação, a libertação imediata do general Walter Braga Netto e de outros envolvidos, e a interrupção do que chamou de “processo político disfarçado de ação penal”
📌 Consequências legais
- Caso confirmada a violação das cláusulas do acordo (mentir, omitir ou usar redes sociais), Cid pode perder todos os benefícios do acordo de colaboração — inclusive a redução de pena — e voltar a responder na Justiça como os demais réus do “núcleo crucial”, com possibilidade de até 30 anos de prisão
- A eventual nulidade da colaboração premiada poderá enfraquecer significativamente o conjunto probatório da acusação, que se baseia em grande parte nos depoimentos de Cid
❗ Bolsonaro contesta com veemência a credibilidade da delação de Mauro Cid, alegando contradições substanciais entre os depoimentos públicos e as mensagens privadas divulgadas. Se acatado pelo STF, o pedido pode mudar radicalmente o curso da ação penal da “trama golpista”, liberando réus importantes e desmoronando a principal base de provas.