“Acordo Mercosul-UE está próximo de conclusão após 25 anos de negociações”

Após 25 anos de negociações, o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) está próximo de ser concluído. Durante a 65ª Cúpula do Mercosul, realizada em Montevidéu, Uruguai, o chanceler uruguaio, Omar Paganini, afirmou que todas as partes demonstraram apoio ao texto final do acordo, que deverá ser oficializado em breve.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, está na América Latina para as etapas finais das negociações. Em Montevidéu, ela busca assegurar a assinatura do tratado antes do final do ano, apesar de enfrentar oposição de alguns Estados-membros da UE, como a França, que expressou preocupações sobre sustentabilidade e compromissos ambientais.

O presidente francês, Emmanuel Macron, classificou o acordo como “inaceitável” devido à concorrência que representaria parrícolas europeus. No entanto, países como Alemanha e Espanha lideram os esforços para a conclusão do acordo, visando diversificar mercados e fornecedores, especialmente diante da crescente influência da China e das tensões comerciais com os Estados Unidos.

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, expressou otimismo quanto à finalização do acordo até o final do ano, destacando negociações diretas com a presidente da Comissão Europeia. O Mercosul, composto por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e recentemente Bolívia, vê no acordo uma oportunidade de ampliar o acesso ao mercado europeu, especialmente para produtos agrícolas que enfrentam barreiras tarifárias e não tarifárias.

Considerado um dos maiores tratados de livre-comércio do mundo, o acordo abrangerá um mercado de mais de 780 milhões de pessoas, prometendo facilitar o comércio de bens e serviços, reduzir tarifas e criar um ambiente mais favorável para investimentos entre os dois blocos. No entanto, setores agrícolas europeus temem a concorrência de produtos sul-americanos, e questões ambientais permanecem em debate.

A confirmação oficial e os detalhes do acordo serão divulgados após a reunião de líderes dos blocos. Caso aprovado, o texto ainda precisará passar pelos processos de ratificação nos parlamentos dos países envolvidos, o que pode levar meses ou até anos. Especialistas alertam que, mesmo com o anúncio do acordo, ainda há um longo caminho a ser percorrido, incluindo a necessidade de aprovação por ao menos 15 dos 27 países que integram a UE.

About Danillo Luiz

Fotógrafo, Cineasta e Repórter.

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