Após a Polícia Federal (PF) concluir um inquérito que aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro como comandante de uma trama para anular o resultado das eleições presidenciais de 2022, tanto Bolsonaro quanto o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e seu candidato a vice-presidente, negaram qualquer envolvimento em planos de golpe de Estado.
Em uma transmissão ao vivo, Bolsonaro ironizou as acusações, questionando a viabilidade de um golpe com a participação de um general da reserva e quatro oficiais superiores, sem o apoio das Forças Armadas. Ele criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator da ação na Corte, e classificou a investigação como “chifre em cabeça de cavalo”.
Braga Netto, por sua vez, emitiu uma nota oficial repudiando as acusações. Ele afirmou que “nunca se tratou de golpe, e muito menos de plano de assassinar alguém”, referindo-se às alegações de que o grupo teria planejado o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. A defesa de Braga Netto classificou as acusações como “tese fantasiosa e absurda”.
As investigações da PF indicam que uma organização criminosa, composta majoritariamente por militares, teria planejado ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022, incluindo o envenenamento de autoridades e a tentativa de impedir a posse do governo eleito. O grupo, denominado “punhal verde e amarelo”, teria utilizado elevado nível de conhecimento técnico-militar para coordenar as ações.
O inquérito resultou no indiciamento de 37 pessoas, incluindo Bolsonaro e Braga Netto, pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. O caso agora segue para análise do Supremo Tribunal Federal e da Procuradoria-Geral da República, que decidirão sobre os próximos passos do processo.