Setembro Amarelo: entenda como surgiu a campanha para prevenir suicídios?

Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio é lembrado em 10 de setembro, mas campanha ocorre durante todo mês. Especialista destaca importância da informação para reduzir estigma e preconceitos relacionados ao tema.

A campanha de conscientização pela vida ganha força com a chegada do Setembro Amarelo. O dia 10 é lembrado como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

A data foi criada pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e endossada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O objetivo é chamar a atenção dos governos e da sociedade civil para a importância de falar sobre o assunto.

“O suicídio é um uma realidade que gera grandes prejuízos individuais e sociais. Quase a totalidade dos casos está associada a algum transtorno mental, indicando que a correta intervenção poderia evitar grande parte dessas perdas”, diz o psiquiatra Leonardo Rodrigues da Cruz .

A campanha do Setembro Amarelo foi inspirada na história de Mike Emme, que cometeu suicídio, aos 17 anos, em setembro de 1994, nos Estados Unidos. Ele tinha um carro amarelo e, no dia do seu velório, os pais e amigos distribuíram cartões com fitas amarelas e frases motivacionais para pessoas que pudessem estar enfrentando transtornos mentais e emocionais.

As fitas amarelas se tornaram o símbolo da campanha, que foi adotada em 2015 no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). O médico Leonardo Rodrigues da Cruz explica que a campanha é importante para reduzir preconceitos e conscientizar a população sobre os cuidados com a saúde mental – além de proporcionar a redução do estigma “por meio da informação responsável“.

Taxas de suicídio no Brasil e no mundo

Ilustração de uma pessoa em pé em frente a uma janela fechada — Foto: G1

Ilustração de uma pessoa em pé em frente a uma janela fechada — Foto: G1

De acordo com a OMS, mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio anualmente no mundo, sendo a quarta maior causa de óbitos entre jovens de 15 a 29 anos de idade. No Brasil são, em média, 14 mil suicídios por ano — cerca de 38 pessoas tiram a própria vida, por dia, no país.

Dados do Ministério da Saúde mostram que entre 2010 e 2019, 112.230 pessoas morreram por suicídio. Houve um aumento de 43% no número anual de mortes, passando de 9.454 em 2010, para 13.523 em 2019.

“Homens apresentaram um risco 3,8 vezes maior de morte por suicídio que mulheres”, diz o Ministério da Saúde.

A taxa de mortalidade por suicídio entre os homens, em 2019, foi de 10,7 por 100 mil habitantes. Entre as mulheres, o índice ficou em 2,9 por 100 mil.

No Distrito Federal, os dados mais recentes da Secretaria de Saúde mostram que entre 2017 e 2020 foram notificados 10.397 casos de “violência autoprovocada” – nome usado para suicídios e tentativas de suicídio.

Pouco mais da metade das notificação, 5.267 (50,66%), foram de tentativa. Veja números abaixo:

  • Crianças (0 a 9 anos): 144 notificações
  • Adolescentes (10 a 19 anos): 3.119 notificações
  • Adultos (20 a 59 anos ): 6.944 notificações
  • Idosos (60 anos ou mais ): 189 notificações

Em janeiro deste ano, a Secretaria de Saúde do DF lançou uma agenda chamada de #365dias de cuidado em saúde mental. O Conselho Regional de Psicologia (CRP/DF), o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS/DF), a Universidade de Brasília (UnB) e a Fiocruz são parceiras da campanha.

Mitos comuns sobre o suicídio

Setembro amarelo: mês lembra a importância da campanha de valorização da vida

  1. ‘Quem fala, não faz’ – Não é verdade. Muitas vezes, a pessoa que diz que vai se matar não quer “chamar a atenção”, mas apenas dar um último sinal para pedir ajuda. Por isso, os especialistas pedem que um aviso de suicídio seja levado a sério.
  2. ‘Não se deve perguntar se a pessoa vai se matar’ – É importante, caso a pessoa esteja com sintomas da depressão, ter uma conversa para entender o que se passa e ajudar. Não tocar no assunto só piora a situação.
  3. ‘Só os depressivos clássicos se matam’ – Não. Existe o depressivo mais conhecido, aquele que fica deitado na cama e não consegue levantar. Mas outras reações podem ser previsões de um comportamento suicida, como alta agressividade e nível extremo de impulsividade. Os médicos, inclusive, pedem para a família ficar atenta ao momento em que um depressivo sem tratamento diz estar bem: muitas vezes ele pode já ter decidido se matar e tem o assunto como resolvido.
  4. ‘Quando a pessoa tenta uma vez, tenta sempre’ – A maior parte dos pacientes que levam a sério o tratamento com medicamentos e terapia não chegam a tentar se matar uma segunda vez. O importante é buscar a ajuda.

Fonte: G1 DF

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