Grupo que aplicava o golpe do bilhete premiado em áreas nobres do DF é preso

Moradores da cidade de Praia Grande (SP), o grupo criminoso formado por duas mulheres e um homem se hospedou em dois hotéis situados em Valparaíso de Goiás e alugou uma Tucson para se deslocar à capital e fazer vítimas

Policiais civis da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul) prenderam, nesta quarta-feira (22/6), três estelionatários acusados de aplicar o golpe do bilhete premiado em áreas nobres do Distrito Federal. Moradores da cidade de Praia Grande (SP), o grupo criminoso formado por duas mulheres e um homem se hospedou em dois hotéis situados em Valparaíso de Goiás e alugou uma Tucson para se deslocar à capital e fazer vítimas.

Os estelionatários eram monitorados pelos investigadores desde abril, após uma idosa, moradora do Lago Sul, perder joias e R$ 20 mil nas mãos dos golpistas. Delegado à frente do caso, Tiago Carvalho, detalha como funcionava o modus operandi do grupo. “Inicialmente, um dos indivíduos se aproxima de uma potencial vítima, quase sempre idosa, e, simulando ser uma pessoa humilde, aparentemente, “matuta”, indica ter um bilhete premiado em suas mãos mas que não sabe como realizar o seu resgate”, explica.

A PCDF apreendeu maços de simulacros de dinheiro nacional e estrangeiro, bem como o próprio falso bilhete premiado utilizado para convencer as vítimas da narrativa
A PCDF apreendeu maços de simulacros de dinheiro nacional e estrangeiro, bem como o próprio falso bilhete premiado utilizado para convencer as vítimas da narrativa(foto: PCDF/Divulgação)

O investigador explica que, após chamar a atenção da vítima, outro comparsa surge, se finge de desconhecido e se aproxima dos dois primeiros para oferecer ajuda ao “matuto”. Depois disso, o criminoso ganhador do falso bilhete premiado sugere repassar o valor do prêmio à vítima abordada em troca de um valor menor. “Todavia, este criminoso solicita que a pessoa demonstre e entregue, como garantia da transação, bens valiosos ou valores em espécie”, complementa o delegado.

Neste momento, com o intuito de dar veracidade ao golpe em andamento, o comparsa “desconhecido” simula ligar ao gerente de banco e faz a vítima acreditar que ele dispõe de uma boa condição financeira. Neste momento, o terceiro envolvido no esquema se passa pelo gerente. Ao final, após recolherem os bens das vítimas, os criminosos deixam o local.

Viagens frequentes ao DF


O monitoramento dos policiais civis permitiu identificar a saída dos golpistas de dois hotéis do Entorno do DF até as cidades onde abordariam as vítimas: no Sudoeste, no Lago Norte, no Lago Sul e na Asa Sul. Só nesta quarta-feira, os investigadores flagraram três vítimas permitindo a entrada dos golpistas dentro dos carros particulares.

A Polícia Civil acredita que o grupo faz viagens frequentes ao DF, pelo menos, desde 2020, o que reforça a hipótese de que os mesmos são responsáveis pela prática de outros estelionatos. Durante a operação, foram apreendidos uma Tucson, que teria sido alugada pelos criminosos para o cometimento dos crimes, maços de simulacros de dinheiro nacional e estrangeiro, bem como o próprio falso bilhete premiado utilizado para convencer as vítimas da narrativa.

O delegado alerta para esse tipo de crime. Segundo Carvalho, em caso de abordagem de pessoas desconhecidas e que informem ser portadores de bilhetes premiados, a orientação é recusar a aproximação e acionar as forças de segurança mais próximas, informando, se possível, as características do suspeito e o local.

Fonte: Correio Braziliense

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