Um grupo de estudantes uniformizados da rede municipal de ensino chocou moradores da Zona Norte do Rio de Janeiro nesta terça-feira (16/04) ao realizar uma série de assaltos e atos de vandalismo. Entre as vítimas está uma idosa de 81 anos, empurrada e roubada por dois adolescentes, e um jovem agredido por um bando. A ação, registrada por câmeras de segurança, expõe a vulnerabilidade de áreas públicas e a recorrência de crimes envolvendo menores.

Os Crimes em Detalhe
- Assalto à Idosa:
Por volta das 10h28, a idosa saía de um prédio na Avenida Dom Hélder Câmara, próximo ao Norte Shopping, quando foi abordada por dois adolescentes. Um deles roubou seu celular, enquanto o outro a empurrou, fazendo-a cair sobre um vaso de plantas. O momento foi capturado por câmeras e viralizou nas redes sociais. - Agressão a Jovem:
Em outro vídeo, um rapaz de casaco preto foi cercado por três menores, que o roubaram e agrediram por mais de 10 segundos. O grupo só dispersou após a intervenção de passageiros de um ônibus. - Vandalismo em Ônibus:
Parte do mesmo grupo depredou um coletivo na região, prática que, segundo o sindicato Rio Ônibus, causa prejuízos mensais de R$ 2 milhões em reparos. O ato foi repudiado publicamente pela entidade.
Ação Policial e Recuperação
Agentes do programa Segurança Presente interceptaram sete menores, três dos quais vinculados à Escola Municipal Francisco Jobim. Dois celulares roubados foram recuperados, incluindo um cujo IMEI constava em registros policiais. As ocorrências foram registradas nas 25ª e 26ª DP.
Contexto de Violência na Região
O Rio registra um aumento alarmante de roubos e furtos de celulares: em janeiro de 2025, houve 5.708 casos — um a cada oito minutos. A Zona Norte, especialmente áreas como o Méier e Engenho de Dentro, está entre as mais afetadas.
Repercussão e Desafios
- Impacto Social: A idosa, que vende panos de prato para complementar a renda, relatou trauma, mas destacou alívio por não ter sofrido agressões físicas. Já o jovem agredido abandonou o local após o crime.
- Críticas às Autoridades: Moradores cobram maior fiscalização em áreas próximas a escolas e shoppings, enquanto especialistas alertam para a necessidade de políticas de prevenção à evasão escolar e inclusão social.
Os ataques revelam uma combinação perversa entre a banalização da violência e a exploração de menores por redes criminosas. Enquanto a polícia atua para conter os casos imediatos, a solução de longo prazo depende de ações integradas entre educação, segurança e assistência social. Como destacou uma vítima: “Não adianta prender hoje se amanhã surgem novos grupos”. O caso segue sob investigação, com a expectativa de que as câmeras e testemunhas ajudem a identificar mais envolvidos.