O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi informado por autoridades do governo sobre a possibilidade de afastamento de Alessandro Stefanello, presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), antes da decisão ser tomada. De acordo com apuração da CNN Brasil, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, e o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, comunicaram ao Planalto as investigações que envolvem Stefanello e recomendaram sua saída do cargo.

Stefanello está sob investigação da PF e do Ministério Público Federal (MPF) por suspeitas de irregularidades em contratações no INSS. As apurações incluem possíveis favorecimentos em licitações e desvios de recursos. Fontes ouvidas pela CNN confirmaram que a CGU identificou indícios de atos incompatíveis com o cargo, levando à recomendação de afastamento preventivo.
A decisão final coube a Lula, que optou por substituir Stefanello por Rogério Marinho, ex-ministro da Cidadania no governo Bolsonaro. O movimento surpreendeu aliados, já que Marinho é uma figura associada ao governo anterior. No entanto, a escolha foi vista como uma tentativa de desvincular a gestão do INSS das suspeitas e garantir continuidade nos serviços da autarquia.
Segundo relatos, a CGU e a PF apresentaram os dados técnicos das investigações ao presidente, que teria ponderado sobre os impactos políticos da mudança antes de tomar a decisão. O caso reforça a pressão sobre o governo para manter transparência em meio a escândalos que envolvem órgãos públicos.
A substituição do presidente do INSS reflete a tentativa do governo Lula de conter danos em meio a investigações de corrupção. Enquanto a oposição critica a demora na tomada de decisão, defensores do governo afirmam que a atitude demonstra compromisso com a lisura administrativa. O caso deve reacender o debate sobre a gestão de cargos estratégicos e a influência de investigações nas mudanças de comando no serviço público.