As caixas-pretas do jato da Embraer que caiu em Almaty, no Cazaquistão, no final de 2024, foram enviadas ao Brasil para uma investigação minuciosa conduzida por especialistas nacionais. O material chegou nesta quarta-feira (2) a Brasília e será analisado por técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), ligado à Força Aérea Brasileira (FAB).
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O Acidente e Suas Consequências
O acidente, ocorrido em 31 de dezembro, envolveu um jato executivo Embraer Legacy 650, fabricado no Brasil. A aeronave, que transportava três passageiros e dois tripulantes, caiu pouco antes de realizar o pouso no Aeroporto Internacional de Almaty. Todos os ocupantes morreram no impacto.
As causas do acidente ainda são desconhecidas, mas relatos iniciais apontam para condições meteorológicas adversas no momento da aproximação final. Testemunhas relataram ventos fortes e baixa visibilidade, fatores que podem ter contribuído para a tragédia.
Análise das Caixas-Pretas
As caixas-pretas, compostas pelo gravador de dados de voo (FDR) e pelo gravador de voz da cabine (CVR), são ferramentas essenciais para a elucidação do acidente. O FDR armazena informações técnicas sobre o desempenho da aeronave, como velocidade, altitude e comportamento dos sistemas. Já o CVR registra as comunicações entre os pilotos e as interações na cabine.
Os especialistas do CENIPA realizarão a extração e análise dos dados, que serão cruzados com outros elementos da investigação, como registros de manutenção da aeronave e condições climáticas. “O objetivo é identificar as causas do acidente e oferecer recomendações para evitar que tragédias semelhantes ocorram no futuro”, destacou o coronel Renato Silva, porta-voz do CENIPA.
Impacto para a Indústria Aeronáutica Brasileira
O envolvimento de um avião da Embraer, uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo, chama atenção para a importância de garantir os mais altos padrões de segurança na aviação. A empresa, sediada em São José dos Campos (SP), emitiu uma nota lamentando o acidente e afirmando que prestará total suporte às investigações.
“A Embraer reitera seu compromisso com a segurança e a excelência operacional, colaborando ativamente com as autoridades brasileiras e internacionais”, declarou a companhia.
Colaboração Internacional
A investigação conta também com a participação de peritos do Comitê de Aviação Civil do Cazaquistão e do fabricante dos motores da aeronave. Essa cooperação internacional é fundamental para a análise técnica e para a adoção de medidas corretivas que possam ser implementadas globalmente.
Próximos Passos
A análise das caixas-pretas deve levar semanas, ou até meses, dependendo do estado dos dispositivos e da complexidade dos dados. O resultado preliminar será divulgado pelo CENIPA, seguido de um relatório final contendo as conclusões e recomendações.
Enquanto isso, o acidente reforça a necessidade de investimento contínuo em tecnologia e treinamento na aviação, um setor essencial para a economia global e para a integração entre países.