O incêndio de uma residência em Rio do Sul, Santa Catarina, envolvendo a ex-esposa de Francisco Wanderley Luiz, autor do ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília, trouxe à tona as profundas repercussões pessoais e familiares dos atos extremistas. O episódio, marcado por dor e tragédia, revela não apenas os impactos individuais, mas também a necessidade de uma reflexão mais ampla sobre os efeitos sociais de ações motivadas pelo radicalismo.

Francisco Wanderley Luiz, morto após detonar explosivos na Praça dos Três Poderes em 13 de novembro de 2024, tinha como alvo, segundo depoimentos, figuras do Judiciário brasileiro, incluindo o ministro Alexandre de Moraes. A ação gerou intensa comoção nacional e resultou em investigações rigorosas sobre suas motivações e conexões.
Dias após o atentado, Daiane Dias, ex-esposa de Luiz, ateou fogo na casa que dividiram por anos. Relatos apontam que ela estaria emocionalmente abalada e, segundo vizinhos, chamava pelo nome de Francisco enquanto as chamas consumiam a residência. Com queimaduras graves, Daiane foi socorrida e permanece internada, enquanto a Polícia Federal investiga se o incêndio foi um ato intencional ligado à instabilidade emocional ou um desdobramento indireto do atentado.
Os impactos dessa tragédia são múltiplos. Por um lado, o caso ressalta como atos extremistas extrapolam o cenário político e se desdobram em dramas pessoais. A ligação emocional entre os envolvidos é evidente e ilustra como as ações radicais não afetam apenas o perpetrador e seus alvos diretos, mas também suas famílias e comunidades.
Por outro lado, o incidente em Santa Catarina reforça a necessidade de intervenções preventivas em casos de radicalização. Francisco Wanderley Luiz, descrito por conhecidos como uma pessoa outrora pacata, passou a manifestar opiniões extremas nos últimos anos, sem que sinais de alerta fossem devidamente identificados. Daiane, por sua vez, se tornou vítima colateral de um ciclo que se iniciou muito antes do dia fatídico do atentado em Brasília.
O incêndio em Rio do Sul é um lembrete sombrio de que atos extremistas deixam marcas profundas que transcendem o âmbito político e institucional. Famílias destruídas, traumas coletivos e a desestabilização de comunidades são apenas algumas das consequências frequentemente ignoradas. Este episódio reforça a necessidade de políticas públicas voltadas para a identificação precoce da radicalização, bem como suporte psicológico e social para aqueles que, direta ou indiretamente, são impactados por esses atos. Mais do que buscar respostas, é fundamental trabalhar pela prevenção, garantindo que tragédias como essas não se repitam.