O manuscrito indica que o esposo da cabeleireira Elizamar da Silva tenha sido vítima de uma emboscada armada pelos autores da chacina.
Um bilhete encontrado no cativeiro onde vítimas da chacina familiar foram mantidas como reféns, em Planaltina, indica que o marido da cabeleireira Elizamar da Silva, 37 anos, Thiago Belchior, 30, tenha sido atraído para uma emboscada. O manuscrito foi encontrado por policiais civis junto a documentos pessoais e cartões da mãe dele, Renata Belchior, 52, e das irmãs, Gabriela Belchior, 25, e Ana Beatriz, todas consideradas desaparecidas.
No bilhete consta a seguinte mensagem: “Chefe, como está seu dia? Vou precisar de ajuda urgente. Thiago, tem como você vir na chácara, vou explicar o que está acontecendo. Se puder vir hoje com a Eliza e os meninos.”
Ao que as investigações revelaram, Elizamar recebeu uma ligação de Thiago na quinta-feira, último dia que foi vista. Por telefone, o homem pediu para que ela o buscasse na casa dos pais dele, Renata e Marcos Antônio, 54. A empresária saiu do salão onde trabalhava, na 307 Norte, e foi de carro com os três filhos, Gabriel, 7, e os gêmeos Rafael e Rafaela, 6, até o condomínio dos sogros, no Itapoã. No dia seguinte, na sexta-feira pela manhã, o Clio preto que Elizamar estava foi achado com quatro corpos dentro e totalmente carbonizado, em uma via de Cristalina (GO).
A suspeita é de que Thiago também tenha sido vítima dos criminosos. Estão presos Horácio Carlos, Gideon Batista e Fabrício Silva Canhedo. O quarto envolvido segue foragido. Carlomam dos Santos é membro do Primeiro Comando da Capital (PCC) e é procurado pela polícia.
Cárcere
Em depoimento, o preso Horácio confessou que Renata, Gabriela, Ana Beatriz e Cláudia Regina (ex-mulher de Marcos) foram mantidas em cárcere na mesma casa, no Vale do Sol. A residência havia sido alugada há três meses por ele. No quintal do imóvel, a polícia encontrou o corpo de Marcos. O cadáver estava esquartejado e degolado e estava enterrado em uma cova de 50cm.
Durante as buscas, os investigadores encontraram anotações das contas bancárias das vítimas, como nome completo, senhas e agências. Também havia cartões e certidões.
A polícia aguarda o laudo do IML para identificar se as duas mulheres encontradas carbonizadas em um Siena, em Unaí (MG), são Renata e Gabriela.
Fonte: Correio Braziliense